Area Saúde

by Ana Matos

Desenho de uma pipa amarelo com detalhes pretos, pendurada por uma linha em um céu claro.

Depressão

O que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão atinge 5,7% da população em idade adulta, em todo mundo. Já Portugal está entre os números mais elevados da União Europeia, com prevalências a ultrapassar os 10% (segundo diagnósticos clínicos e rastreios populacionais).

Na adolescência, estima-se que 1 em cada 5 jovens apresenta sintomas de depressão (aproximadamente 21%), num estudo que decorreu em 2022 divulgado pela PubMed (base de dados internacional especializada na área da saúde).

A evidência indica um aumento crescente da prevalência de sintomas nas últimas décadas, o que pode refletir diversos fatores (sociais, económicos, tecnológicos, culturais e impacto da pandemia).

DEPRESSÃO: O que é?

A depressão (ou perturbação depressiva) é uma doença mental comum caracterizada por um estado de tristeza persistente, perda de interesse ou prazer em atividades antes apreciadas, alterações do sono e do apetite, cansaço, dificuldade de concentração e sentimentos de inutilidade ou culpa. Quando os sintomas são suficientemente intensos, duradouros (tipicamente ≥2 semanas) e causam prejuízo nas áreas social, ocupacional ou noutras funções importantes, falamos de um episódio depressivo ou de perturbação depressiva maior, segundo critérios diagnósticos internacionais (ICD/DSM).

DEPRESSÃO: Quais os sintomas?

Os sinais e sintomas frequentes incluem:

- Humor deprimido (tristeza persistente, sensação de vazio);

- Anedonia (perda de prazer/interesse);

- Alterações do sono (insónia ou hipersonolência);

- Alterações do apetite/peso (perda ou ganho);

- Fadiga ou perda de energia;

- Lentificação psicomotora ou agitação;

- Dificuldade de concentração e tomada de decisões;

- Pensamentos recorrentes de morte ou ideação suicida.

 

O diagnóstico formal faz-se pelo médico/psiquiatra, com base em entrevista clínica e critérios, instrumentos de rastreio para detetar sintomas e monitorizar a gravidade.

DEPRESSÃO: Quais as consequências?

A depressão reduz a qualidade de vida, prejudica o funcionamento social e profissional e é uma das principais causas de anos vividos com incapacidade. Está fortemente associada ao risco aumentado de comportamento suicida. Além disso, gera custos económicos importantes.

DEPRESSÃO: Quais os fatores de risco?

Os fatores de risco incluem predisposição genética, fatores biológicos, eventos de vida adversos, stress crónico, isolamento social, desigualdades socioeconómicas, doenças crónicas e abuso de substâncias.

DEPRESSÃO: Qual o tratamento?

O tratamento incluí diferentes abordagens:

- Psicoterapia;

- Farmacoterapia: antidepressivos, monitorização e resposta ao tratamento;

- Cuidados integrados entre medicina geral e saúde mental melhoram resultados.

 

A depressão é uma condição frequente e incapacitante, mas tratável. A carga global e nacional é elevada. Portugal apresenta valores relativamente altos, reforçando a importância de políticas de acesso e prevenção da saúde mental.

Depressão e Human Design

Não é coincidência que os números de depressão estejam a aumentar nas últimas décadas. Pós pandemia essa realidade é ainda mais evidente. Segundo a OMS, Portugal é um dos países com taxas mais elevadas de depressão entre os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros). Em diferentes estudos temos números entre os 24 e os 44%, o que significa que apontando pelo mais baixo, pelo menos 1 em cada 4 profissionais têm sintomas de depressão. Como enfermeira questiono quem vai cuidar, se quem cuida está doente.

Como analista de Human Design sei que o autoconhecimento pode ajudar cada um individualmente a prevenir situações de doença. Atendo pessoas exaustas, desmotivadas, em relações erradas, trabalhos insatisfatórios, redes de apoio insuficientes, desconectadas, sem noção de propósito, etc. O meu papel é ajudar cada pessoa, dando os recursos que precisa para corrigir todas essas questões e viver uma vida mais saudável.


Artigo revisto por Ana Matos, enfermeira de saúde familiar desde 2004, com mais de 21 anos de experiência de trabalho com famílias.
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