Ansiedade

O que é, sintomas, consequências, prevenção e tratamento

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os transtornos de ansiedade são os distúrbios mentais mais comuns no mundo. Em 2021, estimava-se que 359 milhões de pessoas viviam com um transtorno de ansiedade, o equivalente a 4,4% da população mundial.

Já em Portugal, segundo o relatório mais recente da União Europeia (2023), estimava-se que cerca de 9% da população adulta portuguesa sofria de transtorno de ansiedade (OECD). Este número difere dos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, com base num Inquérito às condições de vida e rendimento em 2024, em que cerca de 32% da população portuguesa com mais de 16 anos, relatou sintomas de ansiedade.

ANSIEDADE: O que é?

A ansiedade, refere-se a um conjunto de perturbações designadas genericamente por “perturbações de ansiedade” (ou “transtornos de ansiedade”). Estas envolvem reações exageradas de medo, apreensão ou preocupação, frequentemente desproporcionadas ao contexto, que interferem de forma significativa com a vida quotidiana da pessoa (social, profissional, familiar). 
As perturbações de ansiedade mais comuns incluem o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), mas também fobias, ataques de pânico, perturbação de ansiedade social, entre outros.

ANSIEDADE: Quais os sintomas?

Os sintomas da ansiedade podem variar de intensidade e forma, mas frequentemente incluem:

- Preocupação constante, medo ou apreensão;
- Inquietação, agitação ou tensão física;
- Alterações do sono;
- Fadiga e cansaço fácil;
- Dificuldade de concentração;
- Sintomas físicos: palpitações, sudação, tremores, tensão muscular, boca seca, dor ou desconforto no peito, dores de cabeça, problemas gastrointestinais;
- Em casos mais graves: ataques de pânico.

ANSIEDADE: Quais as consequências?

A ansiedade não tratada causa impacto na qualidade de vida. Sofrimento psicológico, dificuldades nos estudos e trabalho e relações sociais prejudicadas, estão entre as queixas mais frequentes.
Em termos físicos, algumas das consequências são: tensão muscular crónica, fadiga, alteração do padrão do sono e aumento do risco cardiovascular.
Por último, um risco acrescido de comorbidades psiquiátricas.

ANSIEDADE: QUAIS AS PRICIPAIS FORMAS DE PREVENÇÃO?

- Estilos de vida saudáveis: exercício físico, alimentação equilibrada, sono adequado;
- Gestão do stress e da carga emocional;
- Fortalecimento das redes de apoio social;
- Educação e literacia em saúde mental;
- Intervenção precoce ao observar sintomas persistentes;
- Ambiente de trabalho e sociedade saudável.

ANSIEDADE: Qual o tratamento?

- Psicoterapia: Terapia Cognitivo‑Comportamental (TCC) e outras abordagens;
- Tratamento farmacológico (a determinar pelo médico que diagnostica);
- Intervenções de estilo de vida;
- Apoio psicológico e social;
- Prevenção de recaídas.

A ansiedade é uma condição muito prevalente em Portugal e no mundo. É um problema de saúde pública de grande relevo, mas existem tratamentos eficazes e medidas preventivas. A literacia em saúde mental, redução do estigma e acesso ao tratamento, são essenciais.

ANSIEDADE e Human Design

Enquanto enfermeira desenvolvi nas últimas décadas uma destreza natural na identificação e tratamento de pacientes com ansiedade. O body language de alguém ansioso é fácil de identificar. No entanto, uma grande percentagem desses pacientes não reconhece que tem uma condição médica e quando pede ajuda efetiva, já chega aos profissionais num estado avançado e por vezes, com anos de sintomatologia e sofrimento.

Enquanto analista de Human Design, a ansiedade é talvez a condição mais frequente que atendo em consulta. Uma avaliação dos centros de pressão cuidada e respetivo ensino, são essenciais para a aceitação da doença e tratamento eficaz.

Artigo revisto por Ana Matos, enfermeira de saúde familiar desde 2004, com mais de 21 anos de experiência de trabalho com famílias.