As Minhas Pessoas

Relações de Baixa Manutenção

Tenho o Centro do Ser indefinido, e como tal, o meu grupo de pessoas é bastante heterogéneo. Tenho amigos tão diferentes e pensar em juntá-los todos seria no mínimo cómico. Vão dos “hippies” aos “betos”, de diferentes nacionalidades, religião, de todas as idades, tamanhos e feitios. Torno-os meus pela energia que me transmitem, pela bondade que trazem ao peito e pela integridade com que vivem. Nem todos são simpáticos. Alguns têm uma personalidade “exigente” (para não dizer outra coisa). Tenho aqueles que são mesmo boas pessoas ao estilo Madre Teresa e tenho os sarcásticos que dizem coisas muito inconvenientes. Gosto assim. Da diversidade.

Nos últimos anos aprendi a valorizar o que chamo de amizades de baixa manutenção. Cada um na sua vida, toda a gente com agendas complicadas e pouco tempo de qualidade. Não se cobra. Não importa se falei há uma semana ou há 3 meses. Quando falo e convivo é sempre bom. Quando precisam estou lá. E ao contrário igual. Simples. Tranquilo. Leve.

Atendi algumas pessoas nos últimos meses que manifestaram, de diferentes formas, um mesmo problema: “ainda não fui e já estou cansada”, “falo com a pessoa x que está na minha vida desde sempre e fico irritada”, “não quero, mas vou ser obrigada a ir”, “parece mal se não for”, “tenho que mentir ou arranjar desculpas”, etc. Com amizades já não é fácil, quando mete família ainda pior.

O meu papel como analista é orientar da melhor forma, consoante as características de quem tenho à frente. Minha opinião pessoal, não sente energia não vai, respeita o humor, educa quem cobra, e por último, não mente. Faço isso com os meus. Demorei a chegar lá. Mas quando me libertei da preocupação de desagradar e passei a respeitar e a responder em verdade, a minha vida começou a fazer mais sentido. Ainda melhor, parece que fui em exemplo, hoje vejo familiares e amigos mais honestos na vida.

Relação ou conexão, seja ela de que tipo for, que seja leve, recíproca e sentida.